Se você passa algum tempo no TikTok, Instagram ou em fóruns como Reddit, já deve ter se deparado com vídeos mostrando brinquedos excêntricos, colecionáveis estranhos e estéticas surreais que rapidamente viram tendência. Entre esses fenômenos, um conceito vem ganhando força: o IRL Brain Rot.
A expressão, que nasceu no ambiente online, é usada para descrever o fascínio por conteúdos ou objetos tão absurdos e fora do comum que se tornam irresistivelmente virais. Exemplos incluem os famosos bonecos Labubu, pelúcias deformadas, brinquedos com expressões bizarras e até mesmo produtos sem função aparente, mas que geram engajamento massivo nas redes.
Mas afinal, o que significa IRL Brain Rot? Por que esse estilo visual e cultural atrai tanta atenção? E como objetos aparentemente sem lógica conseguem movimentar milhões de visualizações e até impulsionar mercados de colecionáveis?
Neste artigo, vamos mergulhar na estética do IRL Brain Rot, entender suas origens, seus objetos virais mais icônicos e como esse fenômeno reflete o consumo digital da cultura pop atual.
Conteúdo
ToggleO que é IRL Brain Rot?
O termo “brain rot” já circulava na internet como gíria para descrever o consumo exagerado de conteúdos repetitivos, memes absurdos e vídeos sem profundidade. Quando aplicado ao mundo físico, surge o conceito de IRL Brain Rot (In Real Life Brain Rot).
Em outras palavras, é quando produtos tangíveis — bonecos, roupas, acessórios ou até alimentos — replicam a lógica dos memes digitais: quanto mais estranho, exagerado ou deslocado da normalidade, mais atenção gera.
Esses objetos funcionam quase como memes materializados, carregando o mesmo potencial de viralização. O fascínio não está no valor prático, mas na estética esquisita e na sensação de participar de um momento cultural coletivo.
Labubu e o Exemplo Supremo do IRL Brain Rot
Entre os objetos mais famosos do IRL Brain Rot, o destaque vai para os bonecos Labubu, criados pela Pop Mart. Esses pequenos monstros com olhos esbugalhados e expressões que misturam fofura e estranheza se tornaram itens de desejo em diversas partes do mundo.
Nas redes sociais, vídeos de pessoas abrindo “blind boxes” (caixas-surpresa) com bonecos Labubu acumulam milhões de visualizações. Parte da atração está na estética “bizarra-cute”, um híbrido entre o estranho e o adorável que ativa tanto a nostalgia quanto a sensação de exclusividade.
O fenômeno Labubu é um dos melhores exemplos de como o IRL Brain Rot transforma objetos sem função prática em ícones da cultura pop digital.
A Estética Bizarra e Ultra-Viral
O que torna o IRL Brain Rot tão poderoso é a combinação de três elementos centrais:
Estranheza estética – objetos que parecem deslocados ou “feios” de propósito.
Potencial de meme – fáceis de compartilhar e comentar, despertando curiosidade ou riso.
Colecionismo digital-físico – muitos desses itens vêm em edições limitadas, caixas surpresa ou com estética ligada a fandoms da internet.
Essa mistura cria um ciclo de consumo em que as pessoas não compram apenas pelo objeto em si, mas pelo engajamento social que ele gera. Mostrar que você tem um Labubu raro, um brinquedo deformado ou um acessório excêntrico é quase uma forma de status online.
Do TikTok ao Mercado Global
Grande parte da popularização do IRL Brain Rot vem do TikTok. A plataforma, conhecida por transformar nichos em fenômenos globais, amplifica a estética bizarra em vídeos curtos e hipnotizantes.
Hashtags como #Labubu, #WeirdToys e #BrainRot já acumulam bilhões de visualizações. O resultado é que fabricantes de brinquedos, designers independentes e até marcas de moda começam a se apropriar da tendência.
Hoje, não é incomum ver collabs entre marcas de streetwear e objetos de IRL Brain Rot, transformando o esquisito em luxo.
Por que o IRL Brain Rot faz tanto sucesso?
Existem várias razões pelas quais o IRL Brain Rot se tornou tão popular:
Nostalgia remixada: muitos desses objetos lembram brinquedos antigos, mas distorcidos ou exagerados.
Memética cultural: funcionam como memes que podem ser “colecionados” fora da tela.
Pertencimento digital: exibir esses itens cria senso de comunidade entre fãs da estética.
Ironia e humor: o bizarro diverte, gera comentários e compartilhares.
Economia da atenção: quanto mais estranho, mais difícil de ignorar.
Esse conjunto explica por que vídeos mostrando um Labubu, um squishy deformado ou até uma mochila esquisita conquistam milhões de visualizações em poucas horas.
IRL Brain Rot e a Geração Alpha
Não é coincidência que o público jovem, especialmente a Geração Alpha, seja um dos maiores consumidores dessa estética. Para eles, a lógica do consumo digital está menos ligada à mídia tradicional e mais à sensação de pertencimento dentro de microcomunidades.
Assim como já abordamos no artigo sobre Cultura Gen Alpha e o impacto de Minecraft e Roblox, a geração que cresceu com TikTok e jogos sandbox valoriza o inesperado, o remix e o absurdo. O IRL Brain Rot encaixa perfeitamente nesse ecossistema.
Exemplos de Objetos Virais Esquisitos
Além dos Labubu, outros itens se destacam como ícones do IRL Brain Rot:
Brinquedos deformados vendidos em sites de nicho.
Pelúcias absurdas com olhos ou bocas desproporcionais.
Produtos utilitários bizarros, como canecas que parecem derreter ou mochilas em formato de animais grotescos.
Fashion brain rot: roupas intencionalmente “feias” ou desproporcionais que ganham status de tendência.
O sucesso desses itens mostra que a estética do “feio” pode ser tão lucrativa quanto a do “belo”.
O Futuro do IRL Brain Rot
Tudo indica que o IRL Brain Rot continuará crescendo. Com o avanço da economia da atenção e a busca por diferenciação nas redes sociais, objetos excêntricos devem se multiplicar.
Além disso, marcas tradicionais já estão percebendo o potencial dessa estética e criando coleções inspiradas no bizarro-fofo. O resultado é que, em breve, o IRL Brain Rot deve deixar de ser apenas um nicho para se tornar parte consolidada da cultura pop global.
Conclusão
O IRL Brain Rot não é apenas uma moda passageira: ele é um reflexo da forma como consumimos cultura digital em 2025. Estranheza, viralidade e senso de pertencimento se unem em brinquedos, roupas e objetos que parecem despropositados, mas carregam enorme valor simbólico e social.
Mais do que colecionar Labubus ou outros objetos virais, participar dessa estética é participar de uma comunidade que valoriza o absurdo como forma de expressão.
E se a internet sempre foi movida pelo inesperado, o IRL Brain Rot mostra que agora esse inesperado pode ser comprado, exibido e transformado em identidade.
Referências e Fontes
AP News — Labubu: The arrival of the viral toy was a long time in the making
Wall Street Journal — How Pop Mart Sold the ‘Happy Vibe’ of Owning a Labubu
Los Angeles Times — Overnight lines, mall fights and instant sellouts: Labubu toy craze
WIRED — Labubus Are on Track to Be a Billion-Dollar Business This Year
South China Morning Post — Mini Labubus are coming… Pop Mart aims to double 2025 sales
AP News — Pop Mart rolling out mini Labubus and a long-fur version of the popular plush toy
Psyche — Why teenagers are deliberately seeking brain rot on TikTok
Yahoo News — What is “brain rot”? TikTokers are using the term…
The Guardian — Shoplifters, scams and supersoft toys: how the Jellycat craze inspired a crime wave
The Guardian — How YouTube (and Skibidi Toilet) changed the Christmas toys market
👉 Quer entender melhor como a geração mais jovem consome cultura digital? Leia também nosso artigo sobre Cultura Gen Alpha e o impacto de Minecraft e Roblox.
4 Comentários
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